quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Milhões de estrelas coloridas

Rumo ao infinito, tudo faz sentido


Hoje foi oficialmente o meu último dia como 311. Meu último dia como terceroanista, tercerista, visigodo, candidato ao vestibular em série terminal ou qualquer nome que você queria dar.
É uma sensação de alívio e aperto. Não sei como explicar direito. Alívio porque depois desse fim de semana só vai faltar uma prova e eu não vou ser obrigado a ficar assistindo aulas que eu não preciso mais pra passar de ano ou pra minha específica. Alívio porque o meu horário vai ficar mais humano. Alívio por eu poder ter mais tempo pra dormir, fazer as minhas coisas, até estudar em casa mesmo.

Mas aí vem o aperto.

Não dá, quando você se acostuma a um ritmo, por mais que você reclame, quando esse ritmo mudar, você vai sentir falta. Eu vou sentir falta de olhar pra cara das pessoas que faziam meu dia ficar engraçado ou que me deixavam extremamente puto. Eu vou sentir falta de cagar em aulas inúteis, vou sentir falta de levar susto com o meu professor de química jogando a cadeira no chão enquanto eu tô fazendo o exercício.
 Eu vou sentir falta do "Coé galera! Senta senta aê!" do professor de geografia e até dos comentários sobre "como as garrafas que são vendidas no mercadão de madureira são infinitamente mais baratas que as da 28 de Setembro " feitos pelo professor de atualidades.
 Vou sentir saudades do meu professor de química inorgânica fazendo exemplos geniais. Vou sentir saudade da minha professora de gramática pedindo abracinho.
Vou sentir saudade da professora de redação nos "ensinando a usar a língua", vou sentir saudade dos trocadilhos pouco engraçados da professora de fisiologia e até da voz de gralha da professora de citologia. Ah, e claro, as histórias de viagem da professora de Inglês que perguntou aonde ficava a Drugstore e não a farmacy em Amsterdam.

E aí eu vejo todos eles se despedindo, e apenas no final eu percebo que, pra alguns deles, aqueles que eu não vou ver mais: É pra sempre. E isso é perturbador e bom ao mesmo tempo.

Porque quando a gente tá na escola, a gente sempre espera que acabe logo, mas quando de fato acaba, é uma sensação estranha. E eu sei que grande parte desse sensação se dá pelo fato de a gente passar tanto tempo lá que aquilo lá vira a nossa casa e a a nossa casa vira um mero dormitório.

Hoje, um dos nosso professores disse: " Que vocês aproveitem a vida de vocês. Façam merda mesmo,Vivam a juventude de vocês. Vivam a vida.Transem muito, bebam muito, beijem muito na boca. matem aula no bar em frente a faculdade pra tomar chopp. Cês estão na idade disso. Tomem porre. Mas não peguem no carro. Não peguem em drogas. Não acabem com o maior bem que vocês tem: Com o corpo de vocês. a essência de vocês, a vida que vocês possuem, que é só uma. Que vocês seja felizes, que qualquer força que vocês acreditem que reja vocês: seja Deus, Jesus, Alah ou qualquer outra, ou mesmo até nenhuma; possam guiar vocês sempre. Que vocês tenham consciência de que, agora, é com vocês. Não vai ter orientadora, não vai ter coordenador. Se você copiar matéria, que bom; se você não copiar, FODA-SE. É a vida de vocês que vai tá em jogo, é o sucesso profissional de vocês. Mas não surtem, não deixem que os estudos consumam vocês.  E que, mais uma vez, cada um seja muito feliz e siga o seu caminho."

E ouvir tudo isso me deu uma ansiedade e um medo e uma animação pelo que está por vir. Pelo que eu ainda vou rir, sofrer, chorar, cantar e tudo mais. Eu devo tá divagando loucamente e falando um monte de merda aqui. Mas é o que eu tô sentindo. Se isso é truestory ou não, isso a gente vê depois.

Eu só sei que, apesar dos apesares, eu vou sempre sentir orgulho de ter sido 11. Porque os anos vão passar, talvez até as pessoas, mas as lembranças não.

Forever Elevens.

Vai ser bem melhor.

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