sábado, 30 de novembro de 2013

Pianos e notas

"O que toca no coração do maestro ou do pianista, nem sempre condiz com as notas claras, verdadeiras e sinceras do instrumento em suas mãos. 

Cuidado com as notas que soam de seus pianos, e com as notas que saem de você sem você sequer perceber. As vezes tentamos uma nota alta, onde só mostra o quão baixo somos. "

Jéssica Véras

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Semear

Sabe, eu acho que a vida pode ser muito bem comparada a uma grande plantação.
Entenda, nós, à todo momento, plantamos coisas no solo da nossa vida.  
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas e variadas formas de sementes. 

Cada escolha, por menor que seja, é uma semente que lançamos sobre na plantação  que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe...

É claro, a plantação precisa ser plantada, regada e podada, porque as ervas daninhas e as pragas existem. Então sempre devemos zelar e prezar pelas coisas que plantamos, pelas atitudes que tomamos. Sempre devemos pensar antes de fazer algo, ou então, simplesmente deixamos as coisas ao acaso, permitindo que as pestes e as ervas daninhas se multipliquem e destruam tudo.
Para cada dia, o seu empenho.  Hoje, neste tempo que é meu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que eu procuro, os amigos que eu cultivo, as leituras que eu faço, os valores que abraço, os amores que amo, tudo será determinante para a colheita futura. 

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! Infelicidade, talvez seja o contrário. 

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Hora de semear, de regar e colher. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Just another Soldier

Nothing unusual, nothing strange close to nothing at all

Faz tempo que eu não escrevo e eu sinceramente não sei porque. Porque, ér, a vida, é, ela anda bastante caótica.

Eu sempre falei que em 2010 eu era uma pessoa, e que em 2011 eu era outra, e em 2012 outra e tudo o que eu posso dizer é que em 2013 eu me tornei uma pessoa totalmente diferente de tudo o que eu pensei que poderia ser.

The same old scenario, the same old rain and there's no explosions here

Não sei quando, não sei o porquê, mas eu decidi que eu não deveria ter medo de viver, de aproveitar a vida. Se a vida te dá um limão, esprema toda a limonada que você puder e aproveite-a ao máximo, certo? Certo? Eu quero poder dizer certo mas eu tenho medo às vezes da limonada ser tão ácida a ponto de me fazer mal.

Eu acho que posso dizer que nesse ano, eu vivi tudo o que eu não vivi o meu ensino médio inteiro. Eles tem razão quando dizem que a Faculdade é um mundo totalmente diferente, mas quem me dera a faculdade fosse a culpada por essa mudança no meu estilo de vida, simplesmente não foi, só a vida mesmo que resolveu mudar.

Amie come sit on my wall and read me the story of O and tell it like you still believe that the end of the century brings a change for you and me.

Eu resolvi que não adiantava eu ficar remoendo e suprimindo coisas que, bem ou mal, fazem parte de mim e quem eu sou. Eu resolvi que eu tinha que aproveitar cada segundo que me resta da minha adolescência, sendo que eu não pude vivê-la por motivos. Eu resolvi que ia me permitir...eu simplesmente cheguei e falei: "vida, tô aqui. E eu não vim pra brincar. "

E eu juro que eu acho engraçado que toda essa confiança e segurança coexiste com a mais completa e assustadora insegurança do mundo.

But I'm not a miracle and you're not a saint
Just another soldier on the road to nowhere


Às pessoas sempre falam: "O Pedro me passa uma paz. O Pedro me passa segurança. O Pedro é um porto seguro." E sempre que ouço, fico impressionado. Provavelmente porque eu ache que não sou nada disso. Provavelmente porque eu teime em achar que eu ainda sou aquele garotinho de 9 anos sentado num canto do pátio porque todo mundo da sala chamava ele de "Pequena Sereia", talvez porque eu nunca tenha de verdade superado isso. Talvez eu nunca tenha superado todo o Bullying da minha pré-adolescência - eu nem consigo escrever sobre isso, quanto mais falar, que engraçado. - com... bem, é, com aquilo na minha infância também. E acho que o fato de eu não conseguir falar sobre isso, mesmo sabendo que quase ninguém tem acesso a isso aqui, me faz crer que, mesmo depois de tanto tempo, eu ainda não soube superar isso.

E eu acho que eu sou apenas isso, um monte de peças que insistem em se regenerar. Só que ás vezes elas não se regeneram direito, e aí fica um pedaço pra fora, e em determinado momento ele corta e aí dói e aí sangra e demora pra cicatrizar e dói. E eu acho que talvez ande sendo o meu grande problema com relacionamentos:

Nothing unusual, nothing's changed just a little older that's all
You know when you've found it, there's something I've learned
'Cause you feel it when they take it away


Talvez eu só não queira que alguém chegue perto o suficiente pra ver que por baixo de toda essa segurança eu seja uma pessoa cheia de buracos e feridas, tentando tapar o máximo que eu consigo, e, obviamente, não conseguindo tapar nada. E talvez os acontecimentos do último mês (antes do encontrão, pra deixar claro) tenham servido pra mostrar o quanto eu sou fraco, o quanto eu sou o contrário de tudo aquilo que as pessoas acham que eu sou.

E eu não sei se isso era tudo o que eu tinha pra falar, creio que ia falar mais coisas, mas agora tudo o que eu consigo é pensar que amanhã é outro dia e eu vou ser feliz perto de quem eu amo e que vou parar de ficar remoendo essas coisas.

(E lá vou eu, fugindo mais uma vez, de conversar- no meu caso, tentar colocar minha cabeça no lugar - sobre isso.)

Something unusual, something strange
Comes from nothing at all